Os cristãos estão vivendo tempos difíceis. Descontentamento, decepção, desconforto, desencorajamento, desespero, depressão, divórcio, discórdia, desdém, desgosto, dissensão e desobediência são bastante comuns entre os que foram chamados para dar testemunho da glória de Deus e para refletir a imagem de Cristo. Muitos cristãos têm buscado conselheiros profissionais e psicólogos para ajudá-los a resolver os problemas da vida, mas esses problemas parecem estar aumentando. Alguns cristãos vivem de crise em crise. Outros carregam um peso que parece ficar mais e mais pesado com o passar dos anos. Nunca houve tantos livros disponíveis para os cristãos na sua busca da família perfeita, do casamento perfeito e da vida perfeita. As pessoas estão perecendo por causa do amor – do amor a si próprias. Elas ouviram que, a menos que se amassem, elas não poderiam amar aos outros. Pregadores e outras pessoas bem-intencionadas fizeram ecoar as palavras: você precisa se amar! Ame-se, você merece! Cada vez mais essas tentações de autocomiseração ou exaltação do ego são sutís e facilmente aceitas pelas pessoas, pois o coração é enganoso (Jr. 17.9). Mas observe o que procede de pessoas que são amantes de si mesmas. Esses homens egoístas são: "avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus" (2 Tm 3.2-4). Uma rápida observação das palavras que seguem amantes de si mesmas revela um estado de vida bastante pecaminoso, assim como atitudes e atos pecaminosos. Tal amor a si próprio é tão poderoso que os amantes de si mesmos são "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus". E isso está em profunda contradição com o Grande Mandamento: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.36-39). Enquanto que os propagadores do amor a si próprio tentam ler um terceiro mandamento (ame-se a si mesmo) nessa passagem das Escrituras, Jesus deixou claro que estava falando de apenas dois mandamentos, pois disse: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mt 22.40). Não há nas Escrituras um mandamento para amar a si mesmo. Os homens são infelizes e sofrem com os problemas da vida porque se tornaram "amantes de si mesmos" e "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus". A inclinação pecaminosa do ser humano é amar a si mesmo mais do que a Deus e às outras pessoas. Amar a si mesmo mais do que amar a Deus leva a uma perda espiritual, mas amar a Deus com todo o seu ser leva a negar o "eu" e faz com que o efeito mortal da cruz se faça sentir contra o velho homem, que deve ser considerado morto. Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?" (Lc 9.23-25).
Vinha denomina um terreno plantado de videiras. Juntamente com a oliveira e figueira, a videira é usada no Antigo Testamento para simbolizar a fertilidade da terra (Dt 6.11; Js 24.13). Ao regressar de espiar a terra de Canaã, um cacho de uvas carregado em uma verga foi trazido, para mostrar ao povo a maravilha da terra que Deus lhes prometera. O plantio e cuidado de uma vinha, requeria uma constante e intensa dedicação. Uma das mais detalhadas descrições do trabalho de uma vinha na Biblia Sagrada se encontra em Isaias 5.1-6. As videiras eram frequentemente plantadas em declives, principalmente porque o terreno era pouco favorável para outros tipos de cultivos. As planícies e vales eram também usados; Hebrom era uma área particularmente notável pelas suas videiras (Nm 13.22-24). Muros de pedra (paredes) ou sebes eram edificados para proteger a vinha de animais e ladrões (Ct 2.15; Jr 49.9). Algumas vezes, torres de vigia também eram construídas para uma maior proteção do campo (Mt 21.33). Sem dúvida, o lagar ou prensa fazia parte inevitável de uma vinha (Mc 12.1). Durante o tempo da vindima, o dono ou lavradores arrendados, levantavam uma tenda junto da vinha, para controle da safra. Uma vez que as uvas saíam nos ramos ou varas, as vinhas eram podadas, a fim de produzir fortaleza para os galhos e qualidade para o fruto. Jesus usa da analogia para mostrar a verdade do Reino de Deus: “Toda vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.” (Jo 15.2) As varas podadas não serviam para mais nada, a não ser para serem queimadas (Jo 15.6). A colheita da uva era feita entre os meses de Agosto e Setembro. A possessão de uma videira era tão importante, que o homem que a plantasse, era exento do serviço militar em tempo de guerra (Dt 20.6). As uvas eram comidas frescas (Jr 31.29) ou secas, em forma de passas (1Sm 25.18). Mas a grande parte da vinha era usada para a fabricação do sumo ou do vinho fermentado. Segundo a Lei de Deus dada a Moisés, todo vinhateiro não podia rabiscar completamente sua vinha, ou colher os bagos caídos por terra; porém eram deixados para servir de sustento para os pobres, estrangeiros (Lv 19.10), orfãos e viúvas (Dt 24.21). A Bíblia constantemente simboliza a vinha com seu povo (Sl 80.8-13). Isaías descreve como Deus esperava que Israel produzisse uvas, porém veio a produzir uvas bravas (Is 5.4). O lamento de Deus se houve: “Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito?” No Novo Testamento Jesus compara a vinha com o Reino de Deus (Mt 20.1-16). E antes de sua partida, Jesus demonstra ao seus discípulos, a necessidade de estar arraigado nele: “Eu sou a videira verdadeira e vós as varas... sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).!