Como fechamento desta apreciação sobre as seis diferentes áreas que apontam para a iminência da segunda vinda de Jesus, nos tornaremos para a Igreja. Em verdade, no contexto neotestamentário, a Igreja é personagem principal, é a noiva de Cristo, a qual aguarda o aparecimento do seu noivo a qualquer instante (Mt 25.6; 2 Co 11.2). O próprio Jesus assemelhou a Igreja no contexto de sua vinda com duas figuras: os dias de Noé (Mt 24.36-39) e as dez virgens (Mt 25.1-13). Dentre tantos aprendizados a serem inferidos destas duas histórias, chamaremos atenção para dois somente. Primeiro, os que entraram na arca da salvação, que foram salvos do dilúvio porque creram na pregação de Noé foram poucos – “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (Lc 18.8) Segundo é o fato de que todas as dez virgens da parábola de Jesus estavam adormecidas quando se ouviu o clamor do esposo. Essas comparações esclarecem o estado da Igreja de Cristo ante a sua vinda. Avivamento? Proliferação? Ou dormência e quase extinção? Outro sinal que o Espírito Santo deu entendimento a Paulo, João e Pedro em suas epístolas, foi o dos falsos profetas, falsos mestres, e falsos cristos. Os falsos profetas, dos quais eles se referem, não são encontrados no mundo, mas sim, na Igreja. O apóstolo João esclarece a presença do espírito do anticristo (1 Jo 4.3), o qual se manifesta em alguns que deixam a Igreja, e por vezes, lideram a “igreja” de acordo com este espírito. Jesus revela a João no Apocalipse, através das duas últimas cartas às igrejas da Ásia, a coexistência de duas igrejas ante a vinda de Jesus, a de Filadélfia e de Laodicéia. A de Filadélfia é a igreja que permanece fiel, ainda em pouca força, esta não passará pela Grande Tribulação, mas será arrebatada (Ap 3.10; 1 Ts 1.10). A de Laodicéia, no entanto, é uma igreja morna, e será rejeitada por Jesus (Ap 3.16). Ela ainda crê-se correta, rica, autosuficiente, no entanto está apartada do Evangelho de Cristo, e caminha em harmonia com o evangelho do anticristo. Portanto, a igreja de Laodicéia não será poupada da Grande Tribulação, antes participará dela, agora já não mais portadora do espírito do anticristo mas sim espiritualmente casada com este, e com seu líder espiritual, o falso profeta (Ap 13.11-15; 19.20). É claro pela revelação do Apocalipse, entre outras, que o governo do Anticristo será respaldado religiosamente. Portanto haverá religião e igrejas durante seu reinado. Qual será então a religião predominante? Quem será a igreja na Grande Tribulação? Não será o ateismo, porque o Anticristo será adorado e junto ao Falso Profeta fará muitos sinais e maravilhas. Não será o islamismo porque durante a primeira metade dos sete anos, o Anticristo fará aliança com Israel. Não será o judaísmo, porque os judeus serão por fim perseguidos e até ameaçados de serem exterminados. E não será os crentes salvos, porque estes já estarão no céu com Cristo, já tendo sido arrebatados. Será uma igreja sincretista, a qual, abarcada por um espírito religioso, e em harmonia com a política do Anticristo, dominará sobre o mundo demográfico. Nos dias que vivemos, devemos olhar o caminho que a igreja de Laodicéia toma, pois esta deve estar aflorando os valores do Anticristo para que possa participar de seu reinado, uma vez que já sabemos, que a pequena Filadélfia será arrebatada. De entre o meio evangélico está crescendo um novo movimento chamado igreja emergente. Esta não é uma nova religião, nem mesmo uma denominação. Ainda que sua divulgação estética não tenha tomado liderança mundial, o seu espírito sim. Não há nenhuma denominação evangélica hoje, cujas publicações não estejam enfestadas do espírito emergente. Nelas encontramos: a. desprezo e ataques contra o sistema capitalista; b. aceitação e assimilação de outras crenças religiosas contrárias às Escrituras; c. tolerância ao pecado; d. desprezo à Nação de Israel; e. aversão ao fundamentalismo doutrinário – teologia moldável e progressiva; f. espiritualista mas não espiritual. Portanto, eis a igreja que aos olhos de Jesus está desgraçada, miserável, cega e nua (Ap 3.17). Eis as virgens que em meio a um sono contagiante não guardaram o azeite do Espírito Santo, e agora são portadoras de outro espírito. Eis a igreja que se apronta para receber como vitória o desaparecimento dos fanáticos crentes e aclamar uma nova ordem mundial tanto política como religiosa. Deus guarde a todos os fiéis na terra!
“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12.2). Do grego thrónon leukón, é o supremo, elevadíssimo e incontestável trono judicial divino, sobre o qual Deus Pai exercerá o juízo final sobre os homens (At 17.31). Deus como não faz distinção, nem acepção de pessoas, julgará sem parcialidade (Rm 12.11-12). Alguns acontecimentos antecederão o Trono Branco: Após o arrebatamento da igreja, Deus trará grande tribulação sobre os habitantes da terra que jamais antes houvera visto, iniciando-se assim a punição de Deus sobre o mundo. No fim dos sete anos deste perído de juízos vindouro, o remanescente de Israel será salvo e Cristo, do trono de Davi, inaugurará o seu Reino Milenar. O Trono Branco acontecerá após estes mil anos de paz. O Senhor Deus, legislador e juíz dos homens, trará juízo a toda a obra, até mesmo o que esteja oculto, quer seja bom ou mau (Ec 12.14). A Sagrada Escritura revela alguns julgamentos que ocorrerão antes do Juízo Final. O Tribunal de Cristo (2 Co 5.10), Julgamento da Igreja, onde a igreja será galardoada segundo o que tiver feito para o Senhor (1 Co 3.11-15). A Separação dos Bodes das Ovelhas (Mt 25.31-46), Julgamento das Nações Gentílicas, do qual será determinado quem privilegiadamente entrará no Milênio com Cristo, com a Igreja e com Israel (Mt 22.11-13). O Grande Trono Branco (Ap 20.11-15), Julgamento da Humanidade; este é o último julgamento na história da criação de Deus. Os demônios, a besta, o falso profeta e satanás inaugurarão o inferno e o lago de enxofre (Ap 20.10), seguido dos ímpios e de todas as gentes que se esquecem de Deus, segundo as Escrituras em Salmos 9.17. “E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11). Todos que morreram sem Deus e sem Cristo ressuscitarão para este julgamento de condenação eterna (Ap 20.13). Razão pela qual serão condenados: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim, também, a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Também e muito mais ainda, porque eles não creram em Jesus, amaram as trevas e aborreceram a luz, por causa de suas más obras (Jo 3.18-21). Como Deus opera legitimamente, livros abrirão no julgamento do Trono Branco e os homens ímpios serão julgados pelas coisas escritas nos livros segundo as suas obras (Ap 20.12). Na Casa de Deus Pai, como falou Jesus, não haverá lugar para eles. Com efeito, seus nomes não estarão escritos no Livro da Vida do Cordeiro. “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15). Porém, esta é a admoestação do Senhor para a Sua igreja que milita neste mundo: “Eis que venho, sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).