Em tempos de democracia, direitos humanos, Anistia Internacional, liberdade de expressão, muitas pessoas estão se enganando sobre o tipo de relacionamento que podem ter com Deus. No atual contexto político o absolutismo das antigas monarquias, de reis que regeram autocráticos, parece destoar de tudo o que se aspira na modernidade de liberdades individuais. Mas o governo de Deus não reconhece outro modelo, o Senhor é onipotente, todo poderoso, e reina soberano. Em um determinado dia alguns dos príncipes de Israel vieram consultar ao Senhor através de Ezequiel. Deus respondeu a eles duramente, dizendo que não poderiam consultá-lo, porque estavam agindo erradamente, como seus pais em muitas situações anteriores. Eles eram presunçosos e achavam que por terem recebido bênçãos de Deus, Ele os aceitava como eram e como estavam. Há muito o que aprender nesta passagem, sobre o tipo de relacionamento que Deus pretende ter conosco que somos parte do Seu povo. Até o dia de hoje a história dos judeus lhes traz grande orgulho, por causa do cuidado que Deus demonstrou para com eles. De modo semelhante muitos crentes também se ensoberbecem e tornam-se arrogantes, por terem sido abençoados, por haverem sido usados por Deus, ou por fazerem parte de uma igreja vitoriosa. Esta soberba muitas vezes os leva a atitudes pecaminosas, porque pensam que a quantidade, a fartura, os livramentos, o bem estar são sinais da aprovação de Deus para suas vidas, ou de que Deus não está se importando com o que estão fazendo. Como estão enganados! Deus pediu que aquele povo tirasse o Egito de seus corações, mas eles não o fizeram. Mesmo assim o Senhor os libertou do Egito. Eles pensavam que Deus não se importava, e que a libertação era um sinal de sua aprovação, mas o Senhor explica que foi por amor ao seu próprio nome que os libertou. Foi porque o Senhor quis e não porque eles merecessem. Assim há muitos crentes com maravilhosos testemunhos de libertação, e que acham que de alguma forma são especiais e privilegiados por Deus, e podem se dar ao luxo de exceções na sua santidade, mas o Senhor lembra que não foi porque mereciam, mas porque Ele quis, que os libertou. Como Israel, assim são muitos crentes que recebem fartura de bens, bons empregos e pensam que por isto Deus está contente com eles, pensam que estas coisas são sinal da aprovação do Senhor. Mas o Senhor diz que não, que não foi porque os aprovava, mas porque quis, porque desejou, unicamente por sua soberana vontade. Ele não precisa tolerar indefinidamente a soberba e a arrogância daqueles que se desviam, mas amando-os e decidido a estabelecer seu governo sobre eles, o Senhor tem o poder e também a estratégia para colocá-los em uma posição de obediência.
Palavra hebraica para Babilônia, que significa “confusão”. A primeira cidade mencionada depois do dilúvio, edificada na planície de Sinar pelos descendentes de Noé (Gn 11.2-9). Babel foi a sede do reinado de Ninrode, um dos descendentes de Cão, homem poderoso na terra e grande caçador (Gn 10.8-10). Nela, seus moradores iniciaram a construção de uma torre altíssima, com o propósito de estabelecerem um nome, segurança e unidade da população pós-diluviana, contrariando o mandato divino de frutificar, multiplicar e encher a terra (Gn 9.7). Para chegar à região de Sinar, os descendentes de Cão tiveram que partir em direção ao Oriente (Gn 11.2). É importante lembrar a implicação da direção e seus resultados negativos na Bíblia Sagrada. Após serem expulsos do Jardim do Éden, Adão e Eva decidiram tomar a rota ao oriente do jardim (Gn 3.24). Ao fugir da presença do Senhor, após matar Abel, Caim partiu para Node, da banda do oriente do Éden (Gn 4.16). Ao ler que os descendentes de Cão partiram do Oriente para Sinar, pode-se prever que mais uma vez, a humanidade estava se distanciando de Deus, abraçando a idolatria, violência e a soberba. Nesta época, a Bíblia diz que toda a humanidade era monolíngue, ou seja, falava uma mesma língua (Gn 11.1). Não havia barreiras culturais, geográficas ou linguísticas. Este fator facultava a rápida disseminação do conhecimento, mas também propagava com a mesma velocidade as apostasias e intentos vís da nova civilização. Cheios de vaidade e arrogância, a ideia do povo em construir uma torre que chegasse ao céu, uma cidade que unificasse o povo, e um nome para si mesmo, vinham desafiar o Criador. Porém, Deus desceu para ver o projeto dos homens (Gn 11.5). Ele não estava preocupado com a construção da torre, mas com a arrogância que dominava mais uma vez o coração do homem, e Deus intervem (Gn 11.6; Pv 6.17). A fim de impedir a degeneração da humanidade, o Senhor confunde-lhes a língua, e no mesmo instante, diferentes idiomas são formados, as pessoas não se compreendem mais umas as outras, levando os homens a agregarem-se em diferentes grupos linguísticos e a espalhar-se pelos continentes (Gn 11.7-9). Essa intervenção divina não só criou fronteiras linguísticas entre os descendentes de Noé, como também culturais e geográficas. Os descendentes de Cão foram notavelmente poderosos no principio da historia do mundo antigo, e constituem a base dos povos que habitaram na Africa, no litoral do Mediterrâneo e na Mesopotâmia. Os descendentes de Sem, povoaram as regiões asiáticas desde o Mediterrâneo até o Oceano Indico, de cuja descendência Israel provêm. Os descendentes de Jafé foram os povos indo-europeus, que habitaram a Europa e constituíram as raças dominantes do mundo moderno. Apesar da confusão da linguagem humana, Deus permitiu que os idiomas conservassem evidências de um passado comum, o qual é confirmado pela Filologia.