Um homem limpava uma enorme vitrine usando uma escada. Com muito esforço, esfregava o vidro procurando tirar uma mancha, mas não conseguia. Embaixo, um menino que acompanhava o esforço do limpador sorria sem parar. Irritado, o homem lhe perguntou o porquê do riso. Ele respondeu: “Eu quero ver quanto tempo você levará para descobrir que a mancha está do lado de dentro”. Ou seja, o pobre homem queria tirar a mancha do lado errado! Desse jeito, ela nunca sairia mesmo. Essa realidade se repete na vida de muitas pessoas. Muitas pessoas se encontram com problemas em seus corações, mas se voltam para a aparência externa como se o problema fosse externo. Com o desenvolvimento da ciência médica, os esteticistas conseguem tirar manchas na pele, restauram partes do corpo que foram mutiladas, fazem adaptações, enxertos, colocam botox, porém tudo do lado de fora, quando há pessoas com manchas na alma, no coração, na consciência. Alguns tentam limpá-las, mas polindo do lado errado. De nada adianta vestir bem o corpo quando a alma está manchada pelo pecado. Há muita sujeira que necessita ser tirada: infidelidade, enganos, mentiras, calúnias que causaram danos etc. Só o bondoso Jesus pode tirar as manchas do lado de dentro. Lembremos do cego de nascença de João 9, da mulher samaritana de João 4 e do endemoninhado gadareno, que depois de ser liberto por Jesus, encontraram-no assentado, vestido e em perfeito juízo (Lucas 8.35). Não podemos esconder a nossa alma manchada dos olhos de Deus, pois Ele vê todas as coisas. Há muitas crianças e jovens cujas manchas são congênitas, nasceram em lares com sérios problemas morais; são pessoas com péssima formação espiritual e de caráter, pois presenciaram seus pais e irmãos viverem com as mãos manchadas, drogando-se e prostituindo-se. Para os tais, escola, prisão, violência, nada resolve, só a operação do bondoso Jesus pode transformá-las. A mancha do pecado está do lado de dentro, só o sangue de Jesus pode limpar. Davi clamava em Salmos 51: “Cria em mim um coração reto” e “Torna a dar-me a alegria da tua salvação”. Ele dizia: “Sara a minha alma, porque pequei contra ti”. Em Salmos 41.4, vemos que o rei Davi, que parecia estar bem, estava, na verdade, manchado do lado de dentro, pois havia cometido um adultério e um assassinato. Tudo estava oculto, até Deus mandar o profeta Natã desmascarar o rei pecador. Davi confessou, arrependeu-se e Deus o perdoou, mas ele pagou um alto preço pelo seu pecado. Não adianta trocar de religião, dar esmolas e até fazer sacrifícios. Não adianta lavar com sabão ou salitre. Só o sangue de Jesus nos limpa dos nossos pecados! “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13).
Sacrifícios e ofertas eram os elementos físicos que o oferente trazia a Deus para expressar sua devoção, gratidão ou necessidade de perdão. O sistema sacrificial de Israel era usado no dia-a-dia da nação, bem como nos dias de suas Festas Anuais, realizadas no tabernáculo, e posteriormente no templo. Algumas nações antigas tinham o costume de oferecer sacrifícios aos seus deuses, mas não com o significado ou propósito que Israel. Vários personagens bíblicos ofereceram sacrifícios ao Senhor, como Abel, Noé, Jó, Abraão, Isaque, Jacó, Salomão, e tantos outros mais. No entanto, o sistema sacrificial organizado baixo a Lei entrou em vigor a partir do êxodo. O sacrifício exigia uma vítima, sangue derramado sobre o altar. Ao pecar no Éden, o homem teve por preço de sua queda, a morte. Desta feita, para o homem chegar-se a Deus era necessário que uma vítima, limpa e purificada de ofensas, fosse oferecida em substituição. Sangue de bois, ovelhas, carneiros, bodes, cabras, pombas e rolas eram oferecidos diante de Deus para perdoar as ofensas da carne (Hb 9.13,14). O pecado do ofensor era perdoado através de sua fé depositada naquele símbolo, o qual apontava para o Cordeiro de Deus, que havia sido imolado antes da fundação do mundo, mas que haveria de ser revelado na "plenitude dos tempos". Deus exigia que não somente o povo trouxesse sacrificios diários pelas suas culpas, como também o sumo-sacerdote; pois segundo Hebreus, a lei constituia sumos sacerdotes a homens fracos, que necessitavam oferecer sacrificios por eles mesmos. Mas a palavra do juramento constituiu ao Filho, perfeito para sempre. Sua pessoa, seu sangue e seu sacrificio foram perfeitos e finais para salvar a todos aqueles que se chegam à ele por fé (Hb 7.22-28). A lei estabeleceu, com certas particularidades, os sacrifícios e ofertas que os judeus deviam efetuar. As ofertas eram tomadas tanto do reino vegetal, chamadas de ofertas sem sangue (farinha, trigo torrado, bolos, e vinho), como do reino animal. Com as ofertas sem sangue, era também costume oferecer as ofertas de libação, ou seja, vinho ou azeite eram derramados perante o Senhor (Gn 35.14; Nm 28.14; Fp 2.17). Além dessas ofertas, usava-se também o sal, que era emblema de pureza. Os animais oferecidos deveriam ser sem mancha (defeito), e não podiam ter menos de oito dias. Nunca eram oferecidos peixes, e os sacrifícios humanos eram expressamente proibidos (Lv 18.21). Pela Lei, o oferente deveria se purificar primeiramente (Ex 19.14), e depois levar a vítima para o altar. Voltado então para o santuário, punha a mão sobre a cabeça do animal, o qual era depois imolado geralmente pelo sacerdote (2 Cr 29.23,24). Morta a vítima, o sacerdote tomava o sangue em uma bacia e depois o espargia sobre o altar. O animal era cortado em pedaços pelo oferente (Lv 1.6), sendo a gordura queimada pelo sacerdote (Lv 7.31). Em algumas ocasiões a vítima era levantada pelo sacerdote e movimentada - a Bíblia denomina este ato de apresentação ao Senhor como “oferta de movimento” (Lv 8.27; 7.30). O oferente não deveria oferecer o que não lhe custasse; parte dos seus bens era transferido para Deus (2Sm 24.24). Haviam cinco tipos de ofertas oferecidas a Deus. Essas cinco ofertas poderiam ser divididas em duas classes: as ofertas de cheiro suave (Holocausto, Manjares e Pacíficas) e as ofertas pelo pecado (Transgressão e Pecado). A oferta de manjares era a única oferta que não envolvia morte de animal ou sangue derramado, pois o conteúdo da oferta era da farinha pura ou trigo tostado. A oferta de holocausto, por sua vez, era a única oferta em que o animal era queimado por completo, em inteira devoção a Deus, geralmente quando o oferente fazia um voto ao Senhor. Paulo, ao escrever sua epístola aos Romanos, roga aos irmãos de Roma que apresentem seus corpos (seu ser total) em sacrifício (holocausto) vivo, santo e agradável Deus (Rm 12.1).