Jesus estava voltando do outro lado do Jordão à Galileia dos gentios, quando foi literalmente interpelado pelos publicanos e pecadores. Desta vez, não lhes interessavam os milagres, mas sim, ouvir diligentemente a sua mensagem transformadora. O que, como de costume, provocou um ódio febril nos religiosos fariseus, escribas e saduceus, os quais acusaram a Jesus:
“este recebe pecadores, e come com eles” (Lc 15.2). O Messias abre o tesouro do seu coração, e expõe a parábola mais cativante e emocionante do seu ministério! Essa parábola das perdas, em verdade é uma só. Jesus explica, na sua trilogia, as questões de
uma ovelha perdida no campo;uma moeda (semedi) de prata perdida em sua casa; e
a dor de um filho perdido da sua nobre família! Durante todo o ano do noivado
de uma vírgem, ela deveria usar a sua grinalda, em casa e em lugares públicos. Usando-a, era questão de honra e fidelidade ao noivo, assim como, marcava a sua ansiedade para o dia do casamento. A grinalda com dez emblemas, ou dez moedas cunhadas, enclaustrados, não era de tanto valor monetário, e sim de valor emocional e moral, por se tratar de uma jovem desposada, que a qualquer tempo, constituiria uma família com o seu noivo. A fim de evitar a poeira, a umidade e o frio, toda a extensão do piso
da casa era coberta com palha, dificultando ainda mais, encontrar aquela moeda perdida! Em verdade, o maior obstáculo para se encontrar a moeda, era a palha!
O emblema encontrado, a jovenzinha saía apressada pela vizinhança a fora, a fim de se alegrar pela moeda perdida que fora encontrada — por sua honra restaurada. Nessa bendita metáfora; a noiva representa os salvos em Jesus; a casa a igreja local; e o objeto perdido; os dons, a graça, a unção, os ministérios e a alegria salvífica perdidos. O emblema perdido —
semedi — pertencia a uma noiva — “Para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efésios 5.27). Portanto, esta parábola se refere ao Reino de Deus, ao domínio e abrangência da igreja universal de Jesus Cristo, desde a sua pomposa inauguração no dia de Pentecostes, até o seu arrebatamento para encontrar seu noivo nos ares:
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16-17).
i. Enquanto a noiva aqui estiver, sempre haverá perdas, e algumas delas irreparáveis, mas com a indispensável ajuda do Espírito Santo, que ilumina toda a casa, o perdido será sempre achado!
“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo
[pela graça sois salvos]” (Ef 2.4-5), mas que são criaturas de Deus; ii. para com os salvos que perderam seu primeiro amor durante a sua caminhada sobre a terra —
“Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap
3.11)! Será que estamos tão ocupados com os afazeres desta vida, que dificilmente percebemos quando alguns dos membros desta santa comunidade perdem a comunhão, a alegria, a unção e a visão para o futuro que o espera? Para retirar as palha, os impedimentos espirituais que se avolumam em sua vida de fracasso é necessário, por sua vez, determinação, oração e jejum. Mas, um ingrediente indispensável, e que nunca deve ser por nós desprezados — o nosso companheirismo cristão:
“E vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro” (Mc 2:3).
Virtude é um substantivo proveniente do latim virtus que quer dizer: índole própria ou ato que alega bons resultados, capacidade de agir virtuosamente, qualidade latente que leva a um indivíduo a proceder com austeridade, vigor, eficácia, pudicícia e castidade (Priberam, 2013). Entre o ano 62 a 63 d.C., o apóstolo Paulo funda a igreja de Filipos em sua segunda viagem missionária, em obediência ao chamado divino que ele recebera na cidade de Trôade (At 16.9-40). Tempos depois, o apóstolo Paulo adverte a igreja de Filipos a permanecer na obediência, que é uma das virtudes que Deus requere de seus filhos (Fp 2.12). Obedecer é sinônimo de fazer a vontade de outrem, submeter-se ou seja seguir as instruções de alguém na sua íntegra (Priberam, 2013). Nos tempos primórdios, Deus rejeitou a Saul, e não respaldou o seu reinado por falta de obediência em sua vida; repreendendo-o severamente por intermédio do profeta Samuel que disse:
“Eis que o obedecer é melhor que o sacrificar” (1Sm 15.22a). Por isso, as Sagradas Escrituras são muito enfáticas em requerer a obediência da igreja local aos seus pastores (Hb 13.17), a obediência dos filhos aos seu pais (Ef 6.1) e a obediência dos súditos ou subordinados aos seus senhores ou líderes (Ef 6.5). Para além da obediência, o apóstolo Paulo tambem faz alusão ao regozijo e a alegria que são virtudes que transparecem na vida de todo o salvo em Cristo Jesus que retêm a Sua Palavra no seu coração
(Fl 1.4, 2.16-18). Ou seja, a Palavra de Deus é inerrante e coerente nos seus ensinamentos. Por exemplo, a imutabilidade divina não foi somente revelada no período veterotestamentário, na vida de Neemias e do povo de Deus em trazer alegria aos seus corações através da palavra ensinada (Nm 8.9-1). Mas também, no período neotestamentário, onde o Espírito Santo não é mais dado por medida, mas na sua plenitude para alegrar ao crente. Logo, o gozo é o segundo fruto dado pela terceira pessoa da trindade (Gl 5.22). Por consequência, ainda que o crente esteja passando por tribulações, o seu coração não deixa de ter a virtude do gozo no Espirito Santo (Rm 14.17). A bíblia narra que Paulo e Silas foram capazes de cantar hinos ao Senhor, mesmo estando encarcerados (At 16.16-26). É importante realçar que a Espístola aos Filipenses aborda várias virtudes que devem emanar da vida dos crentes, no intuito de forjar o seu testemunho, transluzindo a sua irrepreensibilidade, sinceridade, o seu temor a Deus; e resplandecendo assim como astros no mundo (Fl 2.15). Em suma, só aquele que experimentou a salvação pode verdadeiramente ser a luz do mundo e anunciar as virtudes daquele que o chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO
Rev. Eronides DaSilva Estados Unidos
Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, Presidente Região Sudeste – CONFRADEB, na Flórida, EUA.
Filipenses 2.12-18
(ARC)
12 - De sorte que, meus amados, assim como sempre obede-cestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;
13 - Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
14 - Fazei todas as coisas sem murmu-rações nem contendas;
15 - Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;
16 - Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.
17 - E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós.
18 - E vós também regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo.
1. A DINÂMICA DA SALVAÇÃO
2. A VIRTUDE DA SALVAÇÃO
1 Co 6.7-8; Nm 14.1-4
3. A FELICIDADE DA SALVAÇÃO
: Sl 122.1; At 16.25