Ambiente: (Lucas 17.1-10) — "E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga:
chega-te, e assenta-te à mesa?
E não lhe diga antes: prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu?
Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não." Até esse momento, Jesus tinha exaurido todas as características dos que deveriam pertencer e adentrar no Reino dos Céus, delineadas nas bem-aventuranças de Mateus cinco. Este, como disse anteriormente, é
um Reino aparente, e que será estabelecido logo após o final da Grande Tribulação, quando Cristo venha
na sua Segunda Vinda em glória com os seus santos. À altura que Cristo inicia a expandir os fortuitos e exuberância desse Reino, o entusiasmo dos discípulos aumenta irracionalmente: Quem será o primeiro? Quem se assentará ao lado do Rei? Qual será a nossa partia da divisão do Reino? Após Jesus ter mencionado acerca do futuro dos justos e dos injustos na Parábola do Rico e Lázaro
(Lucas 16.19-31), ele aperta o cinto um pouco mais, e põe ênfase na graça de Deus e o privilégio concedido a esses súditos que passaram nos oito crivos das Bem-Aventuranças. Os discípulos deveriam galgar outro degrau até chegar ao limiar do Reino de Deus, que por si, exigiria deles que tomassem muita atenção na ofensa, na fé e no perdão!
Ao serem desafiados por Jesus, eles se deparam com um crivo ainda mais seleto do Reino de Deus,
então gritaram espavoridos: “aumenta a nossa fé”! No Reino dos Céus
— reino material, o crivo se sente maior, mas limitado é o seu galardão; no Reino de Deus
— reino espiritual, entretanto, o crivo é augusto, porém grande é o privilégio concedido
posteriormente aos seus súditos nascidos de novo! Jesus, então, com muito tato a
ele peculiar, propõe a ditosa Parábola do Servo Demérito. Os
discípulos a ouvirem atentamente a narrativa do seu epílogo — “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria.” (Lc 17.6),
emudecem, estupefatizados!
Explicação: Essa parábola está fundamentada em três
sólidos esteios: graça, fé e perdão. Jesus continua sua tangível lição, desta feita, pressionando
aos discípulos a exercitarem a sua fé, uma vez que esta e a graça eram suas firmes âncoras
— "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela
fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 1.3).
Portanto, a graça foi manifestada, a fé deveria ser exercitada e o
perdão livremente conferido. O pano de fundo dessa parábola é a aquisição de um servo — o cristão. Nessa parábola, Jesus estabelece as duas etapas dispensacionais do serviço no Reino de Deus: uma presente, e outra futura; uma do trabalho cotidiano
presente, e outra do aconchego e jantar vespertino futuro! Nas duas etapas do serviço eram
assim os servos identificados: na sua primeira fase, como servo (escravo) —
doulos; na sua segunda fase, entretanto, como servo (empregado) —
diakonos! O escravo era comprado, e, portanto, seu direito acordado era trabalhar do nascer do sol ao seu poente, no campo, nos serviços de casa,
assim como nos outros afazeres serviçais. Conforme a lei levítica, o escravo que
desejasse ficar sob a custódia do seu senhor, deveria ter sua orelha furada como prova
exclusiva de propriedade —
“Então seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre” (Ex 21.6). Aquele mesmo
servo laborando fielmente no serviço do seu senhor, adquiria determinada confiança e privilégios, o que o tornava mais tarde um empregado da casa, servindo à mesa do seu senhor. Todo o trabalho prestado quer fosse do
escravo ou do empregado, não lhe concedia nenhum mérito
em si, uma vez ter sido ele comprado. Todo benefício que excedesse ao serviço ou trabalho prestado
previamente concordado era decorrente do amor e da graça do senhor! O escravo por não ter nenhum privilégio, devia cuidar do seu comportamento em relação ao outro companheiro. Se
no decorrer do trabalho ou do descanso diário, houvesse alguma ofensa cometida, eles deveriam
se perdoar tantas vezes quantas fossem necessárias, a fim de haver paz entre eles
no campo e na senzala. O Apóstolo se identifica como esse servidor (empregado):
“Simão Pedro, servo [diakonos] e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1).
Interpretação:
Oh Israel — “Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos” (Lc 19.2). Herdeiros das alianças e promessas, tratados como filhos, donos de toda a pujante promessa do Pai:
“Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas” (Rm 9.4). Por causa desta insistente desventura
dos líderes e da nação [Israel] não quererem servir, a fim de adentrarem no Reino de Deus, os párias [gentios], que desejavam a todo o custo serem escravos, foram inseridos nesse contexto e tornar-se-ão
empregados, mais tarde, quando Cristo vier com eles em glória. A interpretação da parábola é clara, e segue esse perfil:
i. Cristo nomeou a igreja (gentios e judeus) para que fossem e dessem frutos;
ii. por ocasião do arrebatamento, o labor terá sido terminado, e ela chegará à casa do seu Senhor para receber a recompensa pelo trabalho fielmente prestado;
iii. no final da Grande Tribulação, ela descerá com o seu Senhor, a fim de ser instalado o Trono de Glória e efetuado o Julgamento das Nações;
iv. finalmente, e graças a Trindade Divina por isso, o seu Senhor, Messias, Redentor e Rei, adentra no Milênio
— Reino dos Céus — com todos os seus diáconos, os quais gerenciarão a Grande Festa do Cordeiro —
“E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (Ap 19.9)! Concluo esta pequena exposição, dizendo:
no início da parábola nos parece que o senhor teve uma atitude ferrenha e desumana. Entretanto, ao caminharmos por ela, cedo descobrimos que, como escravos do pecado e do adversário que éramos, louvamos ao nosso
Senhor porque ele nos comprou, quando mérito nenhum tinhamos —
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes
resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1:18-19). Após terminarmos o nosso labor aqui na sua fazenda; cuidando dos gados, das plantações, e da vinha, sua última
evocação quando adentramos na sala do banquete, será: "...Bem está, servo
[doulos] bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor" (Mt 25.21)! E porque fomos fieis, ele nos fará seus amigos [diakonos], para que, onde ele esteja, estejamos nós também! Sim, somos servos inúteis no mais honroso sentido de não merecermos nada, e tudo o que temos ou teremos
foi e será pelo seu infinito amor! Ao Cordeiro, glória
e honra para sempre!
Seu nome em hebraico ephanyah, significa Deus guarda ou esconde, junção dos vocábulos Yahweh e abrigo ou esconderijo. Na Bíblia Sagrada aparecem alguns personagens com o nome de Sofonias. O sacerdote Sofonias a quem o rei Zedequias enviou ao profeta Jeremias, dizendo, “Roga agora por nós ao Senhor nosso Deus” por causa da ameaça do rei Nabucodonozor (Jr 21:1-7; 37:3). Este sacerdote foi executado com a queda de Jerusalém (Jr 29:24-32; 52:24-27). Outros personagens bíblicos com o nome de Sofonias é um dos filhos de Levi e pai de alguns israelitas cativos da Babilônia, a saber Heém, Josias e Hem (Zc 6:10,14). Porém, o livro de Sofonias foi escrito pelo profeta com o mesmo nome. Sendo o trigésimo sexto livro da Bíblia, Sofonias é o nono dos 12 profetas menores do cânon divino. Este livro tem 3 capítulos e o seu enfoque é o Grande Dia do Senhor. Tudo o que sabemos sobre o profeta Sofonias, segundo as Sagradas Escrituras, estão descritas no seu primeiro capítulo, versículo um, que diz: “Palavra do Senhor vindo a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amon, rei de Judá.” Sofonias profetizou durante o reinado do rei Josias (640 – 609 a.C.), e o livro é datado entre 630 a.C. a 621 a.C., antes da queda de Nínive (Sf 2:13). Em 621, o rei Josias trouxe uma reforma nacional espiritual em Judá, ao restituir adoração e culto ao Senhor. Sofonias foi um dos pioneiros no avivamento (2 Rs 22:3-23:25). Nesse tempo, Josias acabou com o culto a baal e as estrelas (Sf 1:4-6). Sofonias foi contemporâneo do profeta Jeremias, o qual em 609 a.C., também condenou estas práticas pagãs no começo do reinado do rei Jeoaquim, sucessor de Josias (Jr 2:20-28; 8:1-3). O livro contém uma série de julgamentos futuros. O primeiro capítulo abrange a Judá e Jerusalém. O segundo fala de juízo sobre Filístia, Moabe, Amom, Etiópia e Assíria. E, o livro conclui com promessa de salvação e redenção do Senhor, dizendo: “Eis que naquele tempo procederei contra todos os que te afligem, e salvarei a que coxeia, e recolherei a que foi expulsa; e lhes darei um louvor e um nome em toda a terra em que foram envergonhados. Naquele tempo vos trarei, naquele tempo vos recolherei: certamente vos darei um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando reconduzir os vossos cativos diante dos vossos olhos, diz o Senhor” (Sf 3:19-20).