Navegando Vagarosamente!
Rev. José
Klebe Calixto
Brasil |
Brasileiro, pastor
da Igreja Presbiteriana do Sertãozinho, MG. |
"Navegando vagarosamente muitos dias e tendo chegado com
dificuldade defronte de Cnido, não nos sendo permitido prosseguir,
por causa do vento contrário, navegamos sob a proteção de Creta,
na altura de Salmona." (Atos, 27.7).
Há momentos da nossa vida em que os ventos parecem ser contrários.
Nada dá certo! Nada funciona! Tentamos, mas não vamos a lugar
nenhum porque os ventos nos são contrários. Esta é a
conclusão a que chega Lucas pelo fato de que nada estava dando
certo na viagem de Paulo, que queria chegar a Roma, mas não estava
indo a lugar nenhum. Dois anos e meio preso, jogado de um lado
para o outro, a vida andando em círculos, seus dias resumiam-se à
vida monótona de uma cadeia. Finalmente, parecia que tudo ia dar
certo: ele conseguiu embarcar em um navio que estava partindo para
Roma. Diz o texto que os ventos voltaram a soprar contrário e a
viagem de Paulo tornou-se mais um problema, mais uma dificuldade e
mais uma provação. O que fazer quando tudo parece conspirar contra
a nossa vida? O que fazer quando, por mais que tentemos nós, não
conseguimos ir a lugar nenhum? O que fazer quando em nossa vida os
ventos sopram contrário, os céus estão blindados, Deus parece
estar silente e o nosso barquinho começa a ser açoitado pelas
ondas da vida? Esse texto nos dá algumas dicas preciosas para
enfrentarmos esses momentos de crise: Devemos reavaliar as nossas
prioridades. A crise tem esse efeito didático em nossas vidas. ela
nos leva a reavaliar as nossas prioridades. E é exatamente isso o
que Paulo e seus companheiros de viagem fazem naquele momento
crítico da viagem. Diz o texto que eles não tiveram receio de
jogar fora os seus pertences. A crise nos leva a reavaliar as
nossas prioridades. Ela nos faz ver aquilo que realmente é
importante e aquilo que não é importante. Então quando o barco das
nossas vidas estiverem sendo açoitados, é hora de revermos
as prioridades, é hora de jogar ao mar aquilo que não tem muito
valor e nos agarrar àquilo que realmente importa. Devemos nos
agarrar às promessas iniciais de Deus. O navio estava sendo
açoitado de um lado para o outro, todo mundo desesperado, mas
havia alguém sereno dentro do barco. Quem era? Paulo. Porque ele
tinha uma promessa inicial de Deus, dita pelo anjo que aparecera
para ele na noite anterior: ele, apesar de todas as dificuldades,
iria chegar a Roma para testemunhar de Cristo perante o César. Os
ventos eram impiedosos, o navio estava se partindo, mas Paulo
estava sereno porque sabia que Deus jamais deixou de cumprir as
Suas promessas. Portanto, quando o barco de nossas vidas não
estiver indo a lugar nenhum por causa dos ventos contrários,
agarremo-nos às promessas de Deus, porquanto são infalíveis.
Devemos lembrar que Deus não promete sermos poupados de sofrer,
mas nos promete sermos poupados no sofrer. Um anjo do Senhor
aparece para Paulo, consola-o e anima-o. Porém, não o saca da
tempestade. Dá ânimo, mas não lhe poupa do sofrer. E aqui está o
nosso privilégio em sermos crentes. Deus não nos poupa de sofrer.
Deus nos poupa no sofrer. Não nos dá pernas ágeis para correr, nos
dá ombros largos para suportar o peso da cruz. Quando o barquinho
das nossas vidas estiver sendo açoitado pelos ventos que nos são
contrários, devemos sempre nos lembrar dessas verdades que nos dão
a certeza de que nossas vidas estão seguras nas mãos do nosso Deus
e que toda crise obedece a um propósito determinado dentro de Seu
plano eterno.
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TEMPO
Delmy Ochoa
Estados Unidos |
Hondurenha, professora,
seminarista e membro da diretoria. |
O tempo é um lapso da
eternidade que inicia na criação e termina na consumação dos
séculos. Nele está compreendido a historia da humanidade. É um
momento determinado e de uma duração limitada. O vocábulo provém da
raiz grega “Kronos” e do latim “Tempus” que significa
época, período, era, idade, ocasião própria ou estado atmosférico.
Deus é o Senhor Criador e dono do tempo (At 1.7; Ec 9.11). Somente
ele tem poder sobre o tempo para mudar-lo ou deter-lo, se assim
desejar (Dn 2.21; Js 10.13; Is 38.8). É Deus que concede ao homem
uma porção deste período e o dá uma única vez para que o homem o
administre (Hb 9. 27). A Palavra de Deus ensina ao crente aproveitar
sabiamente o tempo divinamente concedido – “Remindo o tempo;
porquanto os dias são maus” (Ef 5.16). O tempo deve ser usado
com honestidade, e deve ser reconhecido o seu valor, uma vez que o
homem é mordomo dele, administrando-o e usando-o segundo sua
responsabilidade e sabedoria (Sl 90.12; Rm 13.11-14). A Bíblia
ensina que há tempo para todas as coisas debaixo do sol (Ec 3.1);
entretanto, o Senhor Deus deve ter a prioridade em todas as coisas,
uma vez que ele é o que outorgou o tempo às suas criaturas (Mt
6.33). O corpo do homem, bem como as coisas que no mundo há são
temporais, entretanto, é importante lembrar que a alma e o espírito
do homem foram criados para viver eternamente, ou com Deus (vida
eterna) ou sem Deus (morte eterna) – Dn 12.2-3. Por isso, o profeta
Isaías exorta ao homem buscar a Deus no tempo que se chama hoje,
enquanto há tempo, enquanto se tem vida, enquanto se pode achar o
Senhor, pois na sepultura, não há obra, nem industria, nem ciência,
nem sabedoria alguma (Is 55.6; Ec 9.10; Hb 3.13).
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