A Covardia
Mario
Fernandez
Brasil |
Brasileiro,
evangelista e articulista. |
"Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga; mas qualquer justo
está confiado
[é intrépido] como o filho do leão." (Provérbios 28:1) Eu
gosto de me manter informado, então assisto telejornais, leio
notícias impressas e pela internet, e assino revistas de conteúdo
selecionado. Curioso que em todas as fontes de notícia, os corruptos
e perversos fogem. É uma constante, eles nunca ficam no cenário para
se defender, especialmente se for um bandido assumido. Lembra do
juiz aquele que durante meses ficou foragido? E os deputados? De
fato, os perversos precisam se esconder, fugir, sair de cena. Mas o
justo, o filho do Rei, precisa aprender a ter valentia, intrepidez,
como o leão. Mas infelizmente, nosso povo ainda é um pouco
acovardado. Existe uma confusão antiga entre fazer valer os seus
direitos e ser um arrogante. O fato de sermos cristãos implica que
devemos ter padrão de conduta e seriedade: pagar todos os impostos,
tratar todas as pessoas igualmente bem, pagar todas as dívidas,
perdoar
e
falar sempre a verdade. Mas isso não nos exime de
nossos direitos: receber
as dívidas, ser perdoado, receber pelos serviços feitos
e
ser honrado quando de direito.
A crise,
entretanto,
está na forma como cobramos nossos direitos. Não podemos nos
deixar prejudicar simplesmente por ter medo de cobrar nossos
direitos, mas
ao mesmo tempo
não podemos extorquir as pessoas.
Usar recursos legais
na ausência do inaceitável na igreja
não é
pecado. O problema é a convardia
que
nos atinge nessa hora. Se não conseguimos
cobrar nossos direitos porque não
estamos
seguros
de estarmos certos, isso é uma coisa. Outra coisa é ter medo de
perder, é não querer
aflorar
a razão só para não ser
um incômodo.
Pratiquemos a justiça nos dois sentidos, com os outros assim como conosco
mesmos!
Se
a justiça estiver do seu lado
— a justiça divina
—
não há o que temer. Basta ter a intrepidez prometida pelo
próprio
Deus:
“não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo!” |
Festas de Amor
Rev.
Eronides DaSilva
Estados Unidos |
Brasileiro, pastor,
professor, conferencista e articulista. |
A Santa Ceia era uma reunião de profunda liturgia na igreja do
primeiro Século.
A
inicial
característica que Judas identifica nos falsos mestres é
que eles são "manchas" nas festas de caridade,
nas reuniões fraternais da igreja.
Alguns textos traduzem "manchas" por "seichos
submersos",
pensamentos escondidos. Não eram
eles
simples máculas corruptoras nas
festas de amor,
a Ceia do Senhor, mas eram ameaças ocultas de destruição, que podiam,
e podem,
afundar a espiritualidade de qualquer homem, levando uma congregação
inteira ao naufrágio.
Os
falsos mestres,
os ímpios intrusos,
não deixam de comparecer às reuniões festivas, aos
momentos de alegria, onde é mais fácil angariar a popularidade,
pela simplicidade emotiva da reunião.
As
festas de amor
mencionadas por Judas era um banquete seguido pela Ceia do Senhor,
conforme
1Co 11:17-22,
onde
Paulo relata alguns excessos
perigosos
que eram cometidos
na
Igreja
em Corinto. Por causa desta
imprudência, por volta do século
Sétimo,
chegou-se até a ameaçar-se de exclusão quem realizasse
festas de
amor
nas comunidades cristãs. O ritual de comerem uma refeição normal quando todos estavam
reunidos para participar da
Ceia ainda era costume entre os
cristãos.
Essa ceia era chamada de Agapao
— amor puro e divino.
Cada
um trazia de sua casa a refeição, outros a preparavam no lugar onde
se reuniam.
Na verdade, era compreensível aquela refeição, quando se juntavam
para participar da
Ceia, pois
muitos saindo
de suas casas
ainda
cedo, muitas vezes de carroças, montados em animais ou vindo a pé,
chegavam cansados,
sedentos e
famintos.
Na verdade, era aceitável, uma vez que os crentes perdendo lugar na
sociedade conteporânea, buscavam a gregária substituição entre
seus próprios irmãos. A
Festa de Amor
tornou-se a prolongação da Santa Ceia. Ai chegou a tragédia
histórica, para a qual todo o crente deve atentar: a substituição da
causa pelo efeito; do espiritual pelo temporal; do santo pelo impuro;
de se andarmos na luz pelo no partir do pão !
Deus guarde a todos os cristãos
de que a bebedeira, o futebol de praia, os faustos jantares, os
bailes, os cinemas evangélico ou os shows dos icones da chamada
música sacra venham a substituir a santa alegria do Espírito, da
qual todos os nascidos de novo necessitam e dependem (Ne 8:10)!
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