Editorial

O AREÓPAGO DE PAULO

Pr. Joaquim de Andrade Brasil

Brasileiro, pastor, professor e articulista.

“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12.1). Uma das grandes verdades sobre Deus é que Ele sempre tem um plano de contingência, e entre os seus planos, Ele tem uma maneira de nos fornecer exemplos de como ser um grande homem ou uma grande mulher de Deus e testemunha de Cristo. O verso original em Hebreus diz-nos dos muitos precedentes, podemos olhar para cima: um homem de Deus na grande nuvem de testemunhas seria o apóstolo Paulo, homem cujos argumentos acerca do cristianismo trouxeram milhões a Cristo, e, em seu tempo, muitos aceitaram essa verdade por ele pregada. Eu não posso pensar em um melhor exemplo para começar, quando se trata de apologética, e essa testemunha magistral mencionada em Atos 17.16-32. Você já se fez esta pergunta: "Existe algum momento específico da história que gostaria de visitar?" Para mim, eu gostaria de estar sentado no Areópago, naquele momento particular, ouvindo a pregação de Paulo. Os gregos, nessa passagem, são muito semelhantes à classe dos acadêmicos modernos, os intelectuais, sempre procurando algo novo para meter suas garras. Paulo estava feliz e apresentou o pensamento cristão de uma forma que os atenienses poderiam facilmente entender. Em outras palavras, ele apresentou o cristianismo no nível dos atenienses e ele mesmo adota o altar ao Deus desconhecido em sua defesa, reconhecendo que “… esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.”. Outro ponto apresentado nessa passagem é o fato de que Paulo não ganhou todos a Cristo, mesmo com uma das maiores apresentações cristãs da história. Esta questão é muito importante a considerar, pois é certo que não vamos convencer todos de aceitar a verdade, mas nem por isso devemos desanimar se alguns não querem nos ouvir. Por fim, o exemplo que devemos tirar de Atos 17 é o amor que Paulo coloca em seu discurso; nenhuma vez Paulo fala em tom de voz de pessoa que não tem amor. Enfrentaremos a rejeição de ateus, descrentes e outros que podem até nos agredir, ofender e forçar um ar de condescendência ou ridículo, mas o exemplo que Paulo nos dá, usando o altar do Deus desconhecido, é que ele não ridiculariza, nem ironiza os atenienses, e ainda é eficiente em sua oratória. Esta é uma importante lição para tirarmos na apologética desta passagem. Muitas vezes, os adversários do cristianismo estão depreciativos e condescendentes e precisamos focar em o que é de fato ser cristão e fazer apologética. Após a leitura desta passagem de Atos 17, a vida e o exemplo do apóstolo Paulo devem nos beneficiar em como fazer apologética — como pregar o Evangelho

Glossário

J U R A M E N T O

Vania DaSilva Estados Unidos

Brasileira, Missionária, Professora do SWM e Secretária da BPC, na Flórida - Estados Unidos.

As sociedades antigas não proviam de leis e documentação para reforçar um ato legal. O cumprimento de um ato ou de um pacto dependia da integridade de uma pessoa. O uso de testemunhas sérias e verdadeiras eram vitais para dar validade legal a um ato. Todo julgamento deveria ter pelo menos duas ou três testemunhas (Dt 17.6). O nono mandamento do Decálogo diz: "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" (Ex 20.16). Este mandamento repete-se quatro vezes nas Escrituras. Toda testemunha falsa, era severamente castigada (Dt 17.18-21). No caso de sentença de morte, as testemunhas eram as primeiras pessoas a acionarem o cumprimento da sentença. Em caso de apedrejamento, eles atiravam as primeiras pedras, e depois o povo presente dava continuação. (Jo 8.1-7) Na ausência de um sistema judicial moderno, a sociedade dependia que o povo falasse a verdade um para com o outro. Neste sentido, o juramento mantinha a obrigação do povo em falar e fazer seus negócios honestamente. O uso do juramento era frequente nos pactos e confederações solenes. Era um apelo a Deus para que servisse de testemunha em um pacto ou a uma verdade a ser dita (Gn 21.23; Gl 1.20). A violação de um juramento tinha resultados sérios (Ez 17.13,16,18-19). Os juramentos judiciais eram reconhecidos pela Lei (Ex 20.7; Lv 19.12), mas o perjúrio, a menção profana e vã do nome de Deus, a menção de ídolos e outras coisas criadas eram radicalmente proibidas (Js 23.7; Mt 14.3-12). Os juramentos eram usados para confirmar um pacto; esclarecer controvérsias; estabelecer concertos; mostrar a imutabilidade do conselho de Deus; definir as responsabilidades sacras; e no cumprimento de atos judiciais. O juramento poderia ser feito ante o rei, ante objetos sagrados, ante o altar; e usava-se entre o rei e seus súditos (1Rs 2.43), entre o patriarca e o povo (Gn 50.25), entre o senhor e o servo (Gn 24.2-9), entre um povo e outro (Js 9.20) e entre um indivíduo e outro (Rt 1.17). Atos simbólicos eram utilizados no juramento, como o levantar a mão direita ou ambas as mãos aos céus (Dn 12.7) e colocar a mão sobre a outra pessoa (Gn 24.2,9; 47.29). Também ao jurar, eram usadas diversas expressões: Assim Deus me faça e outro tanto (1Sm 3.17); Vive o Senhor (Jz 8.19); Viva a tua alma (1Sm 1.26) e Te conjuro pelo Senhor (1Rs 2.42). O juramento estabelecia limitações no falar das pessoas e delineava a conduta humana (Nm 30; Dt 23.21). No Novo Testamento, Jesus ensina a seriedade que deve haver em nossas palavras, e como o nosso falar não deve ser medido pelos nossos juramentos, mas sim por nossa integridade. Uma pessoa de caráter e honesta, não precisa usar de juramentos para provar suas atitudes ou palavras. Jesus também ensinava que não devemos ser pessoas dúbeis e volúveis, mas que nossa palavra seja sim ou não (Mt 5.33-37). As palavras de Jesus contra os juramentos feitos em nome de Deus e do Templo, eram contra o uso profano e negligente de faze-lo nos simples casos da vida temporal (Tg 5.12). O próprio Senhor, quando foi interrogado, respondeu sob esconjuração (Mt 26.63,64). Outras passagens bíblicas nos mostram a gravidade da profissão de um juramento mal pensado ou sem responsabilidade. Pedro negou a Cristo - ele negou conhecer Jesus (Mt 26.70). Pela segunda vez, um juramento acompanhou as sua palavras (Mt 26.72). E pela terceira vez suas palavras se seguiram de juramentos e praguejos (Mt 26.74). Nossas palavras expressam o que somos - "A boca fala daquilo que o coração está cheio."

Esboço

O CUIDADO AO FALAR E A RELIGIÃO PURA

Rev Eronides DaSilva Estados Unidos

Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, Presidente da Regional Sudeste – CONFRADEB, na Flórida, EUA.



Texto de Memorização
"Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar." (Tg 1.19)
Texto da Lição
Tiago 1.19-27 (ARC)

Tg 1.19 - Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. 20 - Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus. 21 - Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas. 22 - E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. 23 - Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; 24 - Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era. 25 - Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. 26 - Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. 27 - A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.
    1. O EQUILÍBRIO DO CRISTIANISMO
  1. Prontos para ouvir — com atenção: Mt 13.15
  2. Tardios para falar — com ponderação: Pv 18.13
  3. Equilibrados para agir — seguros nas atitudes: Ef 4.29
    2. O EXERCÍCIO DO CRISTIANISMO
  1. Ouvindo a Palavra: Hb 3.2
  2. Guardando a Palavra: Ap 1.3
  3. Praticando a Palavra: Sl 119.9
    3. A PROVA DO CRISTIANISMO
  1. O comportamento falso — falsa religiosidade: Mt 12.34
  2. O comportamento autêntico — verdadeira religiosidade: Mt 25.35
  3. O comportamento santo — pura religiosidade: Jo 15.19