by Rev. Alberto Matos
Introdução
A Maçonaria é talvez um dos maiores alvos da curiosidade de várias pessoas há tempos. Sendo uma sociedade fechada, ela se auto define como segmento filantrópico, filosófico, educativo progressista. O interesse pelo que está oculto tem atraído muitos a ela como insetos em plantas carnívoras.
Esta sedução não se limita apenas a homens não evangélicos, mas infelizmente é algo que está alastrando a anos em alguns segmentos da nossa Igreja. Tamanha é a inocência de alguns líderes, que muitos não somente fecham os olhos para a coisa, como também participam como "bons maçons".
"Meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento". (Os. 4:6)
É preciso uma análise minuciosa acerca dessa entidade, para que se saiba com que ou que se está lidando. Um posicionamento contrário em meio a Ignorância não é o bastante. É necessário conhecimento de causa.
Portanto este é o intuito deste trabalho, onde analisaremos a Franco Maçonaria para que possamos rechaça-la. É preciso tirar a pele da suposta ovelha para que vejamos o lobo.
Origem e Fundadores
Pouco se sabe a respeito da origem e fundadores da Maçonaria. Porém, o que não faltam são "contos de fadas" acerca desse assunto. São personagens da antigüidade que são destacado como verdadeiros heróis neste meio.
Tubalcaim é citado como o primeiro maçom. Descendente de Caim, filho de Lamec com Seba, este homem que é dito pai dos que trabalham com cobre e ferro, viu em seu pai o exemplo de um homem homicida e polígamo (Gn. 4:22-24).
A lista segue com Ninrode, grande caçador diante do Senhor, esta figura é considerada fundador da Babilônia e arquiteto da Torre de Babel (Gn. 10:8,9; 11:1-9). Isso com certeza aproxima os ideais da Torre de Babel a Maçonaria.
Entretanto, o mais reverenciado de todos os "patriarcas" é Hiram Abif. Conta a Maçonaria que durante a construção do templo, Salomão contava com a ajuda do rei de Tiro Hiram, e contratou o filho de uma viúva chamado Hiram. Diga-se se passagem que este aparece nos relatos bíblicos apenas como bronzenista, mas aos olhos da Maçonaria, é visto como o arquiteto. É acrescentado a história o relato de sua morte. Hiram é tido como Mestre (3º grau maçom), e seus três ajudantes como companheiros (2º grau), os quais o assassinaram em busca do Segredo da Palavra. Os dois reis são informados da morte, e que o corpo fora enterrado. Após uma conturbada estória de ressurreição, entende-se que os segredos do Mestre são guardados até o seu descobrimento na Idade Média.
Os Maçons (pedreiro em francês) são quase que um sindicato em seus primórdios. Chamada Maçonaria Operativa nesta época desenvolveu-se com o passar dos séculos, não se restringindo mais apenas a artesãos, mas tornando-se aberto a outros grupos da sociedade. Nasce assim a Maçonaria Especulativa.
Em 1717, quatro lojas na Inglaterra se uniram, formando a Grande Loja, da qual se originaram todas as lojas restantes no mundo.
Desenvolvimento Histórico
Ao passar de Operativa para Especulativa, a Maçonaria não mais se restringiu a artesãos, mas dispôs a estar aberta a outros membros (cléricos, políticos, cientistas, etc.). Todos estes tiveram papel importante na formação de doutrinas, rituais e graus de progressão. O que não isenta o fato de que muito do que há na Maçonaria foi herdado do paganismo antigo e religiões ocultistas medievais.
Logo a Maçonaria moderna é fruto dessas infusões ocultistas. Não anulando também os aspectos próprios do sindicato que ressaltam através de símbolos fustões morais (agora revestidos de aspectos espirituais).
Doutrina e Refutações Bíblicas
"Dizer que uma árvore não é árvore não anula a verdade".
Ainda que declaradamente a Franco Maçonaria não assuma ela é uma religião. Dotada de uma visão politeísta, ela é sincretista e monísta.Tem como base a Loja Azul, que podemos chamar de a "capa do livro". Dividida em três hierarquias (Aprendiz, Companheiro e Mestre), são rasos conhecedores da verdadeira doutrina. Saindo da loja, passamos a divisão em dois ritos, o de Iorque e Escocês. O grau mais elevado é o 33º, que no Brasil é chamado Grande Inspetor Geral.As doutrinas são chamadas Landmarks, e de forma geral resumem-se a três pontos: Paternidade de Deus, Fraternidade Universal e Imortalidade da alma.
Paternidade de Deus:
Com base na visão deísta, Deus é o Pai de toda humanidade, independente de crença religiosa. A estes não se revela de forma específica, mas tão somente através da natureza e da consciência do homem. Ele é inatingível, incognitível e distante. Tendo pouco a se dizer sobre Ele, pouco também haverá para se discordar a seu respeito.
Assim não depende em que você crê, pois em nada alterará sua posição para com o Pai (o grito é nosso). Está aberto um leque de escolhas onde você pode chegar-se a Ele através de Buda, Maomé, etc. (O grito é deles).
Desta forma a Maçonaria transforma Deus em algo genérico, que atende a todos os gostos. Como os bonés americanos, cujo tamanho é "One size fits all" (tamanho único, mas que serve a todos). Para isso dão o nome de Deus de Jabulon, Jeovah, Bel ou Ball e Om formam a "Trindade Maçônica".
Mas o que a Bíblia diz?
A expressão "Filhos de Deus" não é encontrada no Antigo Testamento com referência a homens, mas a anjos. Quando observamos no Novo Testamento encontramos a relação desta identidade a homens regenerados em Cristo Jesus (Jo. 1:12; Rm. 8:14).
Com certeza Deus se revela através da natureza (Rm. 1:19-20; Sl.19:1) e da consciência humana (Rm. 2:15; Pv.20:27), porém não se limita a isso, mas se revela por meio das escrituras (Rm.15:4; II Tm.3:16), bem como ainda por seu Filho Unigênito (Jo.1:14; Hb. 1:2).
A consciência do homem está corrompida (Tt. 1:15) o que torna difícil o entendimento. Seus olhos foram cegados pelo Deus deste século (II Co. 4:4), fazendo que desta forma se multipliquem as religiões pagãs por sobre a terra, das quais a Maçonaria recebe em seu seio.
A associação do nome de Deus com outros deuses fere a integridade daquele que é o Altíssimo, ao qual ninguém se eqüivale e subsiste por si só (Ex.3:14;Jo.2:3;Is.40:18). Ele é zeloso e sempre se mostrou presente na história de seu povo (Ex.20:4; 33:14), o que desmente a teoria deísta.
Realmente o homem não pode chegar a Deus por si só, porém recebeu a revelação maior, através do qual pode chegar-se a Ele: Jesus Cristo, o filho do Deus Vivo, o único caminho (Jo. 14:6).
Fraternidade Universal:
A conseqüência natural da paternidade de Deus, é a idéia de que todos os homens são irmãos espirituais ( o grito é nosso). Encontramos neste ensino a natureza humanista da Maçonaria. Através desta afirmação, os maçons fazem do homem um ser divino, que através do auto conhecimento pode chegar ao conhecimento de Deus. Com isso incentivam a fé no próprio homem, elevando-o ao nível de Deus, tornando-o passível de adoração.
Será Jovem?
Ao entrarmos na vida através do sangue de Jesus, passamos das trevas para a luz. Sabemos que não pode haver por isso jugo desigual, comunhão entre santos e os profanos (o grito é deles).
No Éden encontramos o autor da idéia de que o homem pode ser divino. A serpente trouxe essa proposta a Eva através do incentivo a desobediência. Sabemos muito bem a conseqüência (Gn. 3). Nem os anjos (Ap.22:9), nem os apóstolos (At. 10:25-26; 14:11-15), os finais convivem e conviveram tão perto de Deus, aceitaram adoração.
A fé depositada em si mesmo, traz ao homem apenas destruição ( Is.2:22; Jr. 17:5-6).
Imortalidade da Alma:
Concluindo que Deus é o Pai de todos, e que assim somos todos irmãos, nada resta senão a salvação de toda a humanidade, rumo ao Oriente Eterno. Ser maçom leva o homem tão somente ao auto conhecimento, o qual como já foi dito, ao conhecimento de Deus. Isso os tornam detentores de segredos maiores, os quais os profanos não têm acesso. Trata-se de uma auto justificação também, pois os mesmo se enxergam como puros. Para isso, o símbolo dos velos e aventais.
Eu acho que não...
A bíblia deixa bastante claro a condenação dos que não aceitam a Jesus como único redentor (Jo. 3:18). Afirmar que o auto conhecimento oferecido pela Maçonaria é a luz, também não funciona (Jo. 3:19-21).
Ao se auto intitularem como puros de mente e coração, justos e íntegros, contradizem a Palavra de Deus (Gn. 8:21; Is. 64:6; Rm. 3:10).
Estratégia de Crescimento
A Maçonaria tem em mãos um grande trunfo para crescimento numérico: os segredos.
A maioria dos adeptos adentram a Maçonaria por curiosidade. A promessa de revelação de grandes segredos atraem muitos como açúcar atrai formiga.Quando alguém detém mais conhecimento que outros, tem sobre este, certo poder. Não é por menos que a maioria dos maçons são homens de destaque social, o que constitui também um atrativo. A coisa toda funciona como uma teia de aranha, onde as moscas cada vez mais se prendem. (grito deles). Para que haja um alcance maior na sociedade criou-se segmentos entre as mulheres, moços e moças. São eles:
Demolay - para rapazes.
Filhos de Jó - para moças.
Pontos Fortes e Fracos
Considero difícil frisar pontos fracos em grupos como a Maçonaria. Apesar de se mostrar por vezes contraditória, ela encontra na adversidade um forte poder de enlace aos demais grupos religiosos.
É óbvio que se trata de um risco, porém muito bem calculado. Expor-se a outros credos, trazendo-os para dentro, subjugando-os a sua cosmo visão, faz da Maçonaria a "perfeita massinha de modelar religiosa". Seu detentor molda-a como quer, mas não altera sua substância. Atendendo vários "gostos", alcança seu objetivo. Mal sabe seus usuários que, enquanto a consomem, são na verdade consumidos.
Liturgia (Ritual)
O ritual maçônico é a vestimenta de sua doutrina. Ele não é fácil de se definir, pois varia de jurisdição e rito. Passando por uma evolução constante, não se prendeu mas a um, mas a muitos rituais.
As reuniões, ou capítulos, constituem-se em ima abertura com cânticos. Declara-se então postos e funções dos oficiais, os quais são honrosamente apresentados. São lidas as minutas, membros doentes são mencionados e se há algum a ser iniciado, assim se faz. Isso leva em média duas horas, sendo seguida de uma hora social. Estes rituais tem um claro intuito de aliciar mais membros. O que passar disso é secundário.
Metodologia para alcance
A Maçonaria é com certeza um osso duro de roer". O simples fato de haver cristãos ali envolvidos nos mostra o quão perigosa esta religião é. Creio no entanto, que alguns crentes que adentram nesta religião, o fizeram por ignorância. Muitos conhecem apenas a "capa do livro". Com amor e oração, mostrando-lhes a verdade acerca da Maçonaria, pode ser que, sendo realmente novas criaturas, deixarão este caminho.
A partir do testemunho dos que já foram maçons, outros poderão enxergar a verdade. Afinal, ao abandonarem os pactos de sangue, feitos dentro da Maçonaria, para realmente viverem sob o sangue do Cordeiro, será provado que Jesus é maior que qualquer aliança. A prova concreta disso são ex- maçons e seus livros de alerta as Igrejas.
Fatos Curiosos
A participação histórica da Maçonaria no cenário dos últimos séculos é um fator muito interessante. De maneira bastante discreta, esta sociedade exerceu grande influência em vários acontecimentoos. A presença maçônica é vista na Revolução Francesa. Os ideais" da Maçonaria foram lema adotados neste episódio, mostrando que haviam interesses ocultos por detrás da revolução.
"Liberdade, Igualdade e Fraternidade"
estiveram em foco no processo de Independência dos Estados Unidos da América. Ali pelo menos quatorze presidentes maçons governaram. Outras sociedades fechadas tiveram seu berço na Maçonaria. O fundador da Máfia, Giuseppi Mazzini (1805-1872), foi uma grande figura entre os maçons do século 19. Da sociedade formada na Silícia , cujo nome era Oblonica (que quer dizer: "Conto com um punhal"), surge um grupo de elite: A Máfia. Este nome é um acrônimo para Mazzinni autorizza turti, incendi, avvelenamenti - Mazzinni autoriza roubo, incêndio e envenenamento.
Do outro lado do oceano, na mesma época, o chamado "Irmão Gêmeo" do italiano, Albert Pike (1809-1891), dirigia o espetáculo nos Estados Unidos. Militar como Mazzinni, Pike era general do lado dos confederados, apesar de ser "Ianque", nascido em Boston. Foi um dos idealizadores que ajudou a criar a KU KLUX KLAN.
Na história brasileira, a Maçonaria também deixou sua marca. Na Inconfidência Mineira, temos o jovem Tiradentes, maçom iniciado na casa de Silva Alvarenga. Observamos as marcas na própria bandeira do estado, que estampa um triângulo com dizeres "Libertas quae seras tamem". Apesar de frustada essa tentativa, a Maçonaria esteve no encalço da Independência do Brasil. José Bonifácio e D. Pedro I eram maçons. Sua colaboração também se esteve até a República, pois Marechal Deodoro também fazia parte da organização.
Conclusão
A partir deste resumo podemos concluir que a Maçonaria não é um grupo interessado no bem estar do homem, voltada para ideais filosóficos, filantrópicos, educativos e progressistas. É uma sombra que, ao meu parecer, constitui uma das mais fortes religiões do globo, pois em si compreende membros de todas as outras (inclusive evangélicos). É abrangente em suas idéias como a Nova Era, mas também tão concreta quanto a Igreja Romana. Não é uma simples corrente filosófica, mas uma instituição, não se identifica como religião, mas como braço da mesma. Com essa camuflagem, têm a vantagem de crescer em qualquer campo, até mesmo em nossas Igrejas.
Sua ação discreta nos lembra Al Paccino, na auto descrição de seu personagem Milton em "O advogado do Diabo", o qual era o próprio Lúcifer : "Eu entro nos lugares sem ser notado". A Maçonaria está no mundo a alguns séculos, e sem que nós saibamos, tem sido o "Ventríloquo" de muitos personagens históricos. É preciso um posicionamento firme e declarado contra este "tumor maligno" dentro da Igreja Evangélica. Pois de pouco valerá lutar contra seitas e mais seitas, sendo que sua "Nave mãe" está aterrizada em nossos templos.
Webmaster: Rev. Eronides DaSilva Envie-nos uma Mensagem Volte ao Índice Geral Posted: on November 6, 1999. |
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