Editorial

OS DOIS DEVEDORES

Rev. Eronides DaSilva Estados Unidos

Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, Presidente da Regional Sudeste – CONFRADEB, na Flórida, EUA.

Mateus 26.6-13; Mc 14.3-9; Lucas 7.41-43; Jo 12.2-8: Nesta parábola, exposta por Jesus durante o jantar oferecido por Simão, o fariseu, existiam dois devedores que não podiam quitar suas dívidas: o fariseu, que devia pouco — a nação de Israel; e a pecadora, que devia muito — os gentios! Um jantar, nessa época, era o mais provido de fidalguia, respeito cultural e social pela família convidada. As mesas eram postas na varanda da casa, não somente para apresentar publicamente os convidados, assim como, também, mostrar a fidalguia e abundância daquele jantar. Ambos, o convidado de honra, assim como o hóspede daquela área de Naim, sentavam-se oblíquos à mesa, a fim de oferecer os devidos cumprimentos e, respectivamente, acompanhar os participantes do jantar! nesse ambiente de gala judaica, de honra familiar e cerimônia religiosa, sem que fosse por muito notada, adentrou pela fina cortina uma mulher pecadora, e se abaixou ao lado de Jesus, começando a lavar e beijar seus pés, e ungir o seu santo corpo. Determinada como estava, essa mulher trouxe consigo um vaso de mármore translúcido, com perfume de nardo puro, o qual lhe custou toda sua fortuna para adquiri-lo. Ali se encontrou a morte com a vida; a tristeza com a alegria; a vergonha com a honradez! Ali estavam presentes os representantes da religião judaica — o fariseu; o da plebe — a mulher pecadora; os da nação — os demais convidados; e do convidado por excelência — Jesus! Segundo a tradição farisaica da época, uma pessoa sem ser convidada, pecadora e impura, adentrar na intimidade de uma festa dessa, resultava na quebra total e irreconciliável do protocolo da cerimônia! Simão resmungava entre os dentes e alma: "se ele fosse o Messias, não permitiria que essa mulher o tocasse, pois devia conhecer que ela era uma mulher fácil" — uma pecadora! Mas Jesus, como o Messias prometido, sabia da íntima necessidade daquela pobre mulher — “O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt 18.15); a pecadora, de igual forma sabia, que somente Jesus poderia lhe perdoar os muitos pecados — “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6). Nas três oportunidades que Jesus teve de cear com membros dessa comunidade judaica e gentílica, doutor Lucas, particular e humanamente, mostra o lado da graça, da verdade e do amor de Deus através do Verbo encarnado! Um dos importantes princípios, o da causa e do efeito, foi abordado pelo próprio Jesus em todo o seu ministério: a pecadora não foi perdoada porque o tinha amado; ela profundamente o amou, porque foi grandemente perdoada! Nesse momento de verdade, Jesus olha para o fariseu e examina seu cinismo, propondo-lhe a parábola histórica dos Dois Devedores: um devia ao seu credor 500 unidades, e outro apenas dez por cento desta quantia. O credor sabia que nenhum deles poderiam satisfazer as suas obrigações, e os perdoou! O mais paradoxal foi que a mulher pecadora, sem Deus, sem culto, sem templo e sem Lei, sabia que ele a podia perdoar a sua imensa dívida, pois “no seu nome os gentios esperarão.” Ela sabia que sua vida seria transformada — “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6). A conduta da mulher pecadora foi diametralmente oposta ao do fariseu, e por isso, e por sua fé, Jesus lhe disse: “os teus pecados te são perdoados.” (Lc 7.48). Simão, o pobre fariseu, foi objeto da mais profunda graça de Deus, quando, ao seu tempo, Jesus queria apenas que ele o amasse pouco! Entretanto, para que Simão pudesse o amar pouco, ele deveria, no mínimo, ter crido um pouco, o que faria ele ser perdoado do tão pouco, e herdar tanto no Reino dos Céus! Que lástima! Sem outro mais argumento, Simão o fariseu, contemplou o último amorável veredito do Messias: “E ele lhe disse: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama” (Lc 7.44-47). Sua censura foi incontestável, quando acrescentou a Simão: “nem sequer um ósculo, como culturalmente usado entre essa comunidade; nem uma bacia de água para retirar a poeira dos meus cansados pés; nem sequer um pouco de ordinário azeite para umedecer o meu rosto ressequido do pela dureza do meio ambiente. Nada!” Simão silenciou, pois bem testificava a sua consciência que, para Deus, tanto pouco como muito pecado, em grau ou em número, separa o homem de Deus!

Glossário

A D U L T É R I O

Vania DaSilva Estados Unidos

Brasileira, Missionária, Professora do SWM e Secretária da BPC, na Flórida - Estados Unidos.

Ao criar Adão e Eva, Deus pronunciou uma ordenança: Crescei, e multiplicai, e enchei a terra (Gn 1.28). Ao unir este casal, Deus instituiu o casamento, o relacionamento mais fundamental de uma sociedade. Deus criou ambos, macho e fêmea, segundo a sua imagem, com responsabilidades distintas e que complementam um ao outro. O casamento une o homem e a mulher em uma só carne (Gn 2.24); trazendo-os a um relacionamento que Deus intencionou ser permanente, único e íntimo entre os dois. O casamento é mais do que um contrato entre duas pessoas visando seus benefícios mútuos; deve ser uma união de complementação marcada pelo companheirismo e amor. Deus criou o homem e a mulher para ter um relacionamento monógamo, e seu leito para ser santo e venerado. A prostituição, o adultério, a homosexualidade, o incesto, a promiscuidade e a perversão são pecados abomináveis diante de Deus, que ferem a santidade para qual ele instituiu o casamento. Tal é a gravidade deste pecado, que as pessoas que tais atos praticassem, receberiam a pena de morte em Israel como resultado (Lv 18.22; 20.13; Dt 23.18; Rm 1.26-27; 1Co 6.9; 1Tm 1.10). Deus sabia que estes tipos de pecado destruiriam Israel como destruiu as demais nações. Estes eram crimes contra a moralidade, ou seja, crimes que confrontavam a ordem divina para a sociedade. O adultério por sua vez, é a infidelidade no casamento quando um dos cônjuges, voluntariamente envolve-se em uma relação sexual fora do seu matrimônio, o qual era proibido pela Lei de Israel (Ex 20.14). A palavra adultério vem da raiz latina que quer dizer corromper, alterar, poluir. Ambas pessoas envolvidas no adultério eram tidas por culpadas, e a punição de morte era prescrita para ambos (Lv 20.10; Sl 51.4). Jesus ensinou que o adultério tem sua origem no coração do homem (Mt 15.19). Os profetas do Antigo Testamento costumavam usar o exemplo do adultério como uma metáfora, para descrever a infidelidade do povo para com Deus (Jr 3.6-10; Ez 23.27; Os 4.11-14).

Esboço

N Ã O  A D U L T E R A R Á S

Rev. Eronides DaSilva Estados Unidos

Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, Presidente da Regional Sudeste – CONFRADEB, na Flórida, EUA.



Texto de Memorização
"Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela."  (Mateus 5.28).
Texto da Lição
Êxodo 20.14;
Deuteronômio 22.22-30  (ARC)

Ex 20.14 - Não adulterarás. Dt 22.22 - Quando um homem for achado deitado com mulher que tenha marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher; assim tirarás o mal de Israel. 23 - Quando houver moça virgem, desposada, e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, 24 - Então trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim tirarás o mal do meio de ti. 25 - E se algum homem no campo achar uma moça desposada, e o homem a forçar, e se deitar com ela, então morrerá só o homem que se deitou com ela; 26 - Porém à moça não farás nada. A moça não tem culpa de morte; porque, como o homem que se levanta contra o seu próximo, e lhe tira a vida, assim é este caso. 27 -Pois a achou no campo; a moça desposada gritou, e não houve quem a livrasse. 28 - Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados; 29 - Então o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos de prata; e porquanto a humilhou, lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias. 30 - Nenhum homem tomará a mulher de seu pai, nem descobrirá a nudez de seu pai.
    1. O SÉTIMO MANDAMENTO  
  1. A sua abrangência — o homem e a mulher: Êx 20.14
  2. O seu objetivo — proteger a família: Gn 2.24
  3. O seu contexto — uma humanidade corrompida: Lv 20.10
    2. A INFIDELIDADE
  1. A imoralidade: Sl 119.9
  2. A fornicação: Dt 22.23-24
  3. O adultério: Pv 6.32-33
    3. O ENSINO DE JESUS
  1. O sétimo mandamento nos Evangelhos: Mt 19.4-6
  2. O legalismo farisáico: 2 Co 3.6; Mt 5.27-28
  3. A concupiscência no coração: Mt 15.19