Editorial

ANDRÓIDES ALMADOS

Rev. Eronides DaSilva Estados Unidos

Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, Presidente Região Sudeste – CONFRADEB, na Flórida, EUA.

Andróide almado — autômato de figura e natureza humana. Vivenciamos duas crises, dois contextos, dois mundos de duas naturezas distintas no presente momento. Uma crise cruel e selvagem provocada pelo próprio homem, a triste e desumana revolta na Líbia. Outra, maior e de alarmante proporção, provocada pela natureza, o terremoto de escala 8.9 no Japão! No contexto da revolta contra a família Kadafi na Líbia, resultou num catastrófico êxodo em massa, dos que tinham seu líder como o chefe maior da família. Por outro lado, e no contexto da nação mais desenvolvida da terra, contempla-se um afileirado de japoneses pacientes que aguardam por uma cesta básica para sua imediata sobrevivência, enquanto cinquenta engenheiros entregam suas próprias vidas para salvar a obra prima da tecnologia humana moderna! Ambos os povos são vistos, através dos recursos atuais da mídia, com indiferença e frieza, como se fosse mais um efeito digital incerido numa produção gráfica de Hollywood. Nos tornamos máquinas, pensando ser donos do tempo e de nós mesmos. A maior dor dos expatriados da Líbia não tem sido a penúria material do petróleo, mas a penúria moral da separação do seu líder que os uniram como família por largos anos. O maior sofrimento para aqueles bedoinos não é perder o país, pois em verdade, nunca o tiveram, mas é não sentir-se mais como gente. A maior penúria do milenar povo japonês, não foram as propriedades perdidas nem um pouco de irradiação percolada na sua pele, pois já se acostumaram à pesada memória da perda dos seus 27 mil no tsunami de 1896 e dos 230 mil inocentes ceifados pelo pesadelo atômico em Hiroshima e Nagasaki, mas sentir-se sem família, num mundo de bilhões que por décadas consumiram seus bens tecnológicos! Sim, nos tornamos andróides com alma. Nessa correria desenfreada da revolta armada Líbia, ou do furioso tsunami Japonês, para onde iriam, se ninguém as esperava? Com olhares pesados as anciãs contemplavam desde os escombros, os americanos sendo evacuados para o Porta-Avião Ronald Regan estacionado no seu quintal – no mar do Japão! No contexto da alta sofisticação tecnológica do século 21, seria de esperar que a opulência de hardwares e softwares tornasse as pessoas mais felizes, mas elas continuam tendo que enfrentar suas próprias memórias dolorosas e administrar seus conflitos em casa e no trabalho, pois se tornaram em androides almados de iPods nas mãos. Enquanto corriam dos guerrilheiros ou do tsunami, todas essas pessoas queriam apenas ser amadas! Queriam apenas ser vistas como gente! Sim, em verdade foram vistas, mas noutro ângulo pelos da pobre elite desalmada de tablet na mão, sussurravam: poor guys! Mas graças a Deus, que alguém com muito amor e misericórdia está olhando bem de cima para cada um deles — “Sede, pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.7-8).

Glossário

F A M Í L I A

Vania DaSilva Estados Unidos

Brasileira, Missionária, Professora do SWM e Secretária da BPC, na Flórida - Estados Unidos

Do vocábulo grego Oikos que quer dizer família, governo familiar, unidade básica do indivíduo, o qual lhe fornece relacionamento, nutrição e suporte. A família é formada de esposo (pai), esposa (mãe) e filhos. Entretanto, na Bíblia a família tem um aspecto mais amplo, abrangendo os avós, filhos casados e seus filhos (Lv 18.6-18), como também filhas viúvas e escravos (Gn 17.12-14). Em Israel as famílias eram numerosas e era comum viverem juntos até a quarta geração. O chefe da família era o avô ou bisavô, até que morresse, como Jacó (Gn 46.8-27) e era chamado de Pai. Este era responsável pelos cultos (Jó 1.5); poder judicial (Gn 42.37); e devia assegurar o futuro de sua família, servos e bens. A família pertencia a um clã, que por vezes tinha centenas de pessoas (Ed 8.1-14). Os membros de um clã descendiam de um antepassado comum, por isso se consideravam parentes (Rt 4.1-6). O seu chefe chamava-se Goel ou Remidor. Por ser a pessoa de maiores possessões e mais importante da família, em qualquer problema advindo com algum de seus descendentes, ele poderia usar da autoridade legal de remidor, se fosse legitimamente o remidor mais próximo. Diversas leis protegiam a família em Israel. Leis que hoje parecem ser absurdas, como a Lei do Levirato, que legava o casamento de uma viúva com o irmão do esposo defunto, não tinham outro fim a não ser defender a família, seu bem estar, e a perpetuação de seu nome e descendência. O prestígio de uma mãe crescia com o número de filhos que esta tivesse. A esterilidade era vista como opróbrio. Raquel e sua irmã Leia viviam em grande conflito, ainda que ambas eram estéreis, mas competiam para ver quem daria mais filhos à Jacó. As filhas de Ló, após a destruição de Sodoma e Gomorra, ao ver impossibilidade de dar continuidade a sua linhagem, embebedaram seu pai, e ambas conceberam dele. A lealdade e respeito familiar era muito forte, especialmente no tempo patriarcal. O filho que desonrasse seu pai ou mãe, ou os maldissesse, deveria ser morto. No Novo Testamento, os principais centros da vida comunitária da Igreja Primitiva eram as casas (famílias), cujos responsáveis haviam se convertido ao Senhor. Ao carcereiro de Filipos Paulo disse: “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo tu, e a tua casa” (At 16.31). Por esta razão e devido às perseguições, muitas igrejas foram estabelecidas e por algum tempo permaneceram nas casas de família, como na de Filemon; na casa de Cloé, Estéfanas e Crispo no começo da obra da igreja em Corinto, e das casas de Lídia e do carcereiro no início da obra da igreja em Filipos. A dinâmica do relacionamento familiar mudou com os ensinos de Jesus e do Evangelho. O casamento no Novo Testamento era realizado baseado no amor, em contraste dos matrimônios por contrato no Antigo Testamento. As esposas não deveriam ser consideradas como propriedade do homem, mas deveriam ser amadas e tidas como vasos mais frágeis (Ef 5.25).

Esboço

FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS

Rev. Eronides DaSilva Estados Unidos

Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, Presidente Região Sudeste – CONFRADEB, na Flórida, EUA.



Texto de Memorização
“E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele" (Gênesis 2.18).
Texto da Lição
Gênesis 2.18-24 (ARC)
18 - E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. 19 - Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. 20 - E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea. 21 - Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar. 22 - E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. 23 - E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. 24 - Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
    1. A FAMÍLIA NO PLANO ORIGINAL
  1. A originalidade da família — orígem inorgânica: Gn 2.7, 22
  2. O propósito da família — manter o relacionamento: Gn 2.18, 23-24
  3. O lar da família — manter a proteção: Sl 127.3-5
    2. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA  
  1. O ataque à família — uma diferenciação subliminar: Gn 3.1-3
  2. A queda da família — a triangulação rompida: Gn 3.16-19
  3. As sequelas na família — o desfuncionamento evidenciado: Gn 3.8-12
    3. A FAMÍLIA AO LONGO DOS SÉCULOS  
  1. A família patriarcal — um clã: Gn 16.1-5; Rm 5.18-19; At 17.26
  2. A família monogâmica — um núcleo: Mt 19.5, 6 ,9; Lv 18.6-18
  3. A família moderna — uma república: Gl 5.16; 1 Jo 2.15-17; Tg 4.7