Editorial

Justiça Social

Rev Eronides DaSilva Estados Unidos

Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, na Flórida - Estados Unidos

Teologia da Libertação foi apresentada em 1968 na segunda conferência latino-americano dos Bispos que se encontravam em Medellín, Colômbia. A idéia era estudar a Bíblia e lutar por justiça social nas comunidades cristãs, nivelando-as aos mais bem sucedidos naquela e noutras sociedades. O projeto de redistribuição das riquezas para melhorar os padrões econômicos dos pobres na América do Sul, tomou a cor e o sabor pragmático do Marxismo. Em consequência de seus ensinamentos marxistas-leninistas, a teologia da libertação, como praticada pelos bispos e padres de América do Sul, foi criticada nos anos 80 pela própria hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana. Os superiores dessa Igreja acusou os teólogos da libertação e justiça social em suportar as violentas revoltas e lutas de classes marxistas naquele hemisfério. Essa perversão, com tônica teológica e espiritualista, foi geralmente o resultado de uma ferrenha oposição e defesa dos humanistas seculares internacionais, como Leonardo Boff, do Brasil; Jon Sobrino, de El Salvador e Gustavo Gutiérrez, do Peru. Todos eles labutaram com o sobre-tudo da religião, ancorados, porém, na filosofia revolucionária do Marxismo-Leninismo da antiga União Soviética!

Entretanto, a igreja primitiva e a contemporânea, seguiu, e segue firme nos passos e ensinamentos de Jesus Cristo, em cuidar dos domésticos da fé, numa atitude liberal, porém jamais institucionalizada ou desconstruida. Na afirmação correta de Jesus sobre “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Mt 22.21), ele reconheceu os dois governos distintos: o Reino de Deus [Reino de Deus — um reino perene (Sl 90.2), abrangente (Jo 18.36) e espiritual (Rm 14.17), com capital nos Céus (Hb 12.22), cujo rei é Deus Pai (1 Co 15.28)] — a igreja universal atuante de Jesus Cristo, e o reino deste mundo — o estado secular. Para os Israelitas, a justiça social era liberal e pessoal — “Semelhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro” (Lv 19.10). Infelizmente, pela intrusão do pecado no mundo, os valores morais e sociobiológicos da criação foram deteriorados. Como resultado, jamais haverá perfeita igualdade social entre os homens. Sempre houve, e sempre haverá, o bem e mau sucedido — “pois nunca cessará o pobre do meio da terra” (Dt 15.11). Para a igreja, entretanto, a justiça social vai além de uma instrução institucionalizada; ela sai dos corações piedosos dos crentes que, dando tudo, como no caso de Barnabé, natural de Chipre, que “possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou-a aos pés dos apóstolos” (At 4.37); ou entregando apenas uma parte, como no caso de Ananias, o qual mereceu a pronta exortação de Pedro sobre a liberdade de reter ou entregar, pois, Guardando-a, não ficava para ti” (At 5.4). Por longos anos a Igreja Assembléia de Deus no Brasil, e outras tradicionais denominações, têm utilizado essa prática bíblica de ajudar aos domésticos da fé, na manutenção de asilos, orfanatos, casa de recuperação, cestas básicas e auxílio às viúvas e desamparados — “não havia, pois, entre eles necessitados algum” (At 4.34). Enquanto, ao mesmo tempo, seus membros contribuem com seus variados impostos para que o governo secular providencie benefícios sociais para a sua população menos favorecidas. Nenhuma criança deve ser privada de escola e todo jovem deve ter direito à universidade. Melhor situação econômica para todos é uma extrema necessidade.

Entretanto, não nos iludamos: o problema básico do ser humano não é pobreza ou ignorância. Nossa moeda tem duas faces:Igreja e Estado! Himmler, assessor de Hitler era doutor em Filosofia. Os fétidos experimentos nazistas em mulheres grávidas foram feitos por médicos. As câmaras de gás foram construídas por engenheiros. O problema básico do ser humano, mesmo desagradando aos humanistas, é o pecado. "Eis que eu nasci em iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe" (Sl 51:5). Um Adão caído gerou um filho "à sua semelhança, conforme a sua imagem" (Gn 5.3). Caído, separado do Criador! Educação, assistência social, distribuição de renda e saúde são bandeiras válidas e necessárias para a sociedade. Mas a maior necessidade do homem de hoje é a mesma de sempre: arrependimento do pecado e mudança de vida. O novo mundo não virá pela ressonante educação ou justiça social revolucionária, mas pela conversão: "Se alguém está em Cristo, nova criação é; as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). Esta é a maior necessidade do homem: mudança em Cristo! A linguagem e o espírito que propulsa atualmente, a justiça social, a teologia da libertação e a teologia negra utilizada convenientemente em algumas tribunas evangélicas pós-modernas, e pelos representantes políticos das nações, é economicamente marxista, e politicamente comunista; não cabendo, portanto, sequer ser mencionada no seio da igreja santa de Nosso Senhor Jesus Cristo, “pois o meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Fp 4.19). A filosofia vegetativa e humanística de Karl Marx, Vladimir Lênin, Adolfo Hitler, Benito Mussolini e outros da galeria dos pagãos ateus desta sociedade em decadência, não podem servir de orientação para o povo de Deus. Exceto, obviamente, para a igreja pós-moderna e emergente, plataforma progressiva religiosa do Anticristo!

Glossário

Profeta Amós

João Luís de Sousa Cabral Estados Unidos

Angolano, Diácono, Diretor da Divisão de Música, músico

Seu nome, em hebraico, significa carregador de fardos. Amós era provavelmente, natural de Tecoa, uma cidade localizada à 19 km ao sul de Jerusalém, capital do reino de Judá; e localizada a 10 km ao sul de Belém, cidade natal do rei David (Am 1.1). O ministério profético de Amós teve o seu início por volta de 767 a.C. Ele profetizou durante os reinados do rei Uzias, reino de Judá (ca. 783-746 a.C.), e do rei Jeroboão II, reino de Israel (ca. 786-746 a.C.); dois anos antes do grande terremoto registrado entre os anos 765-760 a.C. (Am 1.1). Amós não era filho de profeta quando o Senhor Deus o chamou; ele era um boieiro e cultivador de sicômoro, como ele mesmo reiterou à Amazias, sacerdote de Betel (Am 7.14-15). Amós e Oséias eram contemporâneos e redigiram seus escritos exclusivamente para o reino do Norte ou reino de Israel. Estes livros são dos primeiros proféticos a serem escritos cronologicamente. Amós tinha clara convicção do chamado do Senhor. “Bramiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Jeová, quem não profetitará?” (Am 3.8). Por causa da decadência e corrupção moral e espiritual de Israel, Amós anunciou o juízo eminente do Senhor, declarando o poder, a justiça e a grandeza de Yaweh Adonai, Senhor Soberano (Am 8.7-12; 9.2-6). Deus em seu grande amor pelo seu povo, o advertiu a buscar o bem para que eles pudessem viver, por causa da Sua justiça (Am 5.14). Apesar de Amós haver vivido em tempo de paz, onde nações como o Egito e a Síria, estavam em declínio; a Assíria, porém, começou a expandir-se, e seria ela que anos mais tarde iria confrontar e levar cativo o reino de Israel. No final dos ministérios dos profetas Jonas e Eliseu, Amós era uma criança; e no delinear de sua carreira, os profetas Isaías e Miquéias estavam iniciando seus ministérios. O livro de Amós foi escrito entre 765–750 a.C. e foi provavelmente, um dos primeiros a ser redigido dentre os livros proféticos. No canon divino, Amós é o terceiro livro dos doze livros dos profetas menores. O pastor Orlando Boyer dividiu o livro de Amós em quatro partes: 1) Julgamento das cidades ou nações vizinhas (cap. 1.1–2.3); 2) Julgamento dos reinos de Judá e Israel (Am 2.4–16); 3) Advertência à “Familia de Jacó,” toda nação de Israel (Am 3.1–9.10; e 4) Enunciado da glória vindoura do reino de Davi (Am 9.11–15). Como o povo se não arrependia, Amós advertiu a Israel a se preparar para encontrar-se com o seu Deus (Am 4.12). O juízo de Deus sobre o reino do Norte se cumpriu em 722 a.C., quando o Império Assírio os levou cativos. “Porque, eis que eu levantarei sobre vós, ó casa de Israel, um povo, diz o Senhor Deus dos exércitos, e oprimir-vos-à, desde a entrada de Hemate até ao ribeiro da planície” (Am 6.14). Deus não deixou de levantar os seus servos, os profetas, para falar e revelar ao seu povo, o profeta Amós assim reitera (Am 2.11; 3.7). Entretanto, o livro de Amós termina com uma promessa de restauração: “E os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus” (Am 9.15).

Esboço

Amós — A Justiça Social Como Parte da Adoração

Vania DaSilva Estados Unidos

Brasileira, Missionária, Professora do SWM e Secretária da BPC, na Flórida - Estados Unidos



Texto de Memorização
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mateus 5.20).
Texto da Lição
Am 1.1,2; 2.6-8; 5.21-23 (ARC) Am 1.1 - As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto. Am 2.6 - Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Israel, e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos, 7 Suspirando pelo pó da terra, sobre a cabeça dos pobres, pervertem o caminho dos mansos; e um homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo nome.8 E se deitam junto a qualquer altar sobre roupas empenhadas, e na casa dos seus deuses bebem o vinho dos que tinham multado Am 5.21 - Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. 22 E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. 23 Afasta de mim o estrépito dos teus cánticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.
    1. A PESSOA DO PROFETA AMÓS
  1. Sua origem: Am 1.1a; 7.14,15
  2. Seu ministério: Am 1.1b; 7.11-13
  3. Suas profecias: Am 4.12; 5.26,27; 8.11,12; 9.14,15
    2. A DECADÊNCIA DA NAÇÃO DE ISRAEL
  1. Decadência social: Am 2.6; 8.4-6; 2 Rs 14.26
  2. Decadência moral: Am 2.7,8; 1Rs 21.7,16; Pv 14.34
  3. Decadência religiosa: Am 2.11,12; 5.21-22; 1 Rs 13.33-34
    3. A FALÁCIA DA JUSTIÇA SOCIAL HUMANA
  1. Redistribuição de riquezas: Dt 15.11; Mt 6.1,2; 22.21; 1Co 13.3
  2. Salvacão coletiva pelas obras: At 2.21,38; Mc 2.17; Rm 3.20; Gl 2.16
  3. A missão social da Igreja: At 4.34,37; 1Co 16.2,3; 1Tm 5,3,4,8; Gl 6.10